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É um ramo da Oftalmologia dedicado à prevenção, rastreio, diagnóstico e tratamento das doenças oculares das crianças e adolescentes. É sabido que a visão tem um papel fundamental no desenvolvimento da criança, uma vez que é responsável pela grande maioria da informação captada na infância. A observação de uma criança pelo oftalmologista numa fase precoce do seu desenvolvimento visual, permitirá prevenir e/ou tratar atempadamente qualquer patologia.

Porquê rastrear?

Quando a criança nasce tem, por norma, uma estrutura do aparelho visual completamente desenvolvido. No entanto, a função visual é ainda muito pobre, necessitando, para se desenvolver de boas condições para receber os estímulos visuais. Essas condições dependem do bom funcionamento do olho e da sua boa comunicação com o cérebro.

Uma vez esgotado este período critico em que a visão pode evoluir, mesmo que as alterações oculares sejam corrigidas, não é possível melhorar a visão. Este período crítico vai ate cerca dos sete anos, mas, uma ambliopia é mais facilmente tratável antes dos cinco anos.

Quando existe uma obstrução do eixo visual, cataratas, a intervenção tem que ser ainda mais precoce porque o período crítico é mais curto (pode terminar nos primeiros meses de vida).

Ambliopia é o termo médico para aquilo que vulgarmente se chama “olho preguiçoso”.

Quando há ambliopia a acuidade visual de pelo menos um dos olhos é inferior ao normal e, embora mais raro, pode ser bilateral.

As principais causas são o estrabismo e os erros refractivos não corrigidos. Outras causas mais raras, mas mais graves são as cataratas congénitas e outras alterações capazes de obstruir o eixo visual.

É importante rastrear a presença de erros refractivos a partir dos 12-15 meses, para que se possa fazer o diagnóstico e correcção dos problemas relacionados com os mesmos.

A tomografia de coerência óptica, é um dos mais recentes exames complementares utilizados no diagnóstico das doenças da retina e vítreo, permitindo também estudar a córnea, a câmara anterior, a iris e o cristalino.

Atualmente, constitui uma ferramenta fundamental no diagnóstico e vigilância das neuropatias óticas, particularmente no glaucoma. No exame de OCT é produzida uma imagem a cores que nos permite observar as diferentes “camadas” dos tecidos estudados. Num exame de OCT normal as imagens captadas deverão revelar as estruturas da retina e do disco ótico sem alterações.

O exame de OCT é um instrumento imprescindível no diagnóstico de várias doenças dos olhos, na avaliação da sua evolução e eficácia dos tratamentos.

A paquimetria ocular é o processo que permite medir a espessura da córnea. A córnea é a parte transparente do olho através da qual visualizamos a íris e a pupila.

A medição da espessura da córnea é determinante para o diagnóstico de algumas doenças dos olhos, bem como para a avaliação pré-operatória em algumas cirurgias. Também é muito importante no acompanhamento e avaliação da eficácia do tratamento em algumas doenças dos olhos, como por exemplo em doentes com hipertensão ocular, dado que a espessura da córnea influencia a leitura dos tonómetros mais usuais.

A paquimetria é um exame de realização simples e rápida, praticamente isento de riscos ou complicações e em que não existe necessidade de qualquer preparação ou cuidados especiais antes do exame.

Estudo dos Campos Visuais efetuado de forma computadorizada através de um aparelho designado Perímetro Computorizado.

O campo visual é toda a área que é visível com os olhos fixados em determinado ponto, ou seja, é a área que se vê para a frente (visão central) ou, então, lateralmente (direita, esquerda, para cima e para baixo).

A Perimetria Computorizada permite estudar com detalhe o campo visual, permitindo o diagnóstico de determinadas patologias ou doenças, mostrando pequenas falhas da visão, bem como a avaliação da evolução ou eficácia do tratamento em algumas doenças dos olhos como o glaucoma.

Normalmente é realizado para caracterizar as doenças da Retina, do Nervo Ótico e da Via Ótica, ou seja, de todo o trajeto nervoso que conduz a informação visual do olho, à parte do cérebro responsável pela visão. Muitas doenças dos olhos provocam alterações no campo visual. A perda de visão pode ser mais central ou, então, mais periférica. Na presença de algumas doenças esta visão espacial pode estar alterada, sendo que a forma de detetar esta alteração será através da realização de um estudo do campo visual, em que o resultado da campimetria visual permitirá ao oftalmologista novas e importantes informações sobre o diagnóstico, evolução da doença ou eficácia dos tratamentos.

Uma das doenças do nervo ótico cuja primeira manifestação é a alteração do campo visual, é o Glaucoma. Em alguns casos, o paciente pode ter uma acuidade visual de quase ou mesmo 100%, e ter uma perturbação grave do Campo Visual.

A perda de Campo Visual, ou da sensibilidade de parte deste, significa a lesão de fibras nervosas, na grande maioria das vezes irreversível, daí que a avaliação dos Campos Visuais através da Perimetria Computadorizada seja da maior importância na avaliação oftalmológica.

A retinografia é um exame que permite observar e fotografar a retina, o nervo ótico e o fundo do olho. Neste exame ocular as imagens obtidas permitindo desta forma ver pormenorizadamente todo o fundo ocular.

O olho assemelha-se a uma bola, estando a pupila situada na frente do olho. A pupila é a abertura que permite que a luz entre e se dirija até ao “fundo do olho”. Aqui encontra-se a retina, na parte detrás do olho, e ocupa um importante papel na visão, pois é a retina que converte as imagens em sinais elétricos e os transmite através do nervo ótico até ao cérebro.

As imagens obtidas no exame de retinografia são muito importantes para o diagnóstico de algumas doenças dos olhos. Além disso, as fotos obtidas na retinografia ocular são guardadas e permitem acompanhar a evolução de determinada patologia, possibilitando assim efetuar uma vigilância mais rigorosa das situações clínicas, e monitorizar a eficácia do tratamento da patologia.

Os tratamentos realizados com o Laser de Yag são realizados na área da consulta externa e não implicam nenhuma interrupção do dia a dia normal do doente tratado. As patologias mais frequentemente tratadas são a opacidade da cápsula posterior e o glaucoma de ângulo fechado.

A opacidade da cápsula posterior pode surgir, meses ou anos após cirurgia de catarata. A utilização do Laser de Yag resolve esta situação de forma eficaz recuperando a acuidade visual perdida. No passado estes doentes tinham que ser submetidos a uma cirurgia para a resolução deste problema. O Laser Yag evita esta cirurgia.

O Laser Yag pode tratar ou prevenir o aparecimento do glaucoma agudo. O Glaucoma do Ângulo Fechado, na forma aguda ou na prevenção, beneficia com a intervenção do Laser de Yag, permitindo realizar uma passagem alternativa ao humor aquoso (através de uma iridotomia).

O Laser de Argon é utilizado em Oftalmologia para realizar um tipo de tratamento designado fotocoagulação. A fotocoagulação é uma técnica terapêutica que utiliza uma fonte de luz forte, para coagular tecidos, na maioria dos casos, é realizado com anestesia tópica (gotas) colocando uma lente de contacto especial e adequada ao tipo de tratamento e zona do olho que se pretende tratar.

As principais indicações do Laser de Argon em Oftalmologia são:

• Glaucoma - iridectomias, iridoplastias e trabeculoplastias.
• Doenças vasculares da retina - na retinopatia diabética (onde a fotocoagulação se reveste de importância fundamental para evitar a progressão da doença e a cegueira), bem como nos processos de trombose venosa, macroaneurismas, vasculite retiniana e todas as situações clínicas que possam dar origem a isquémia retiniana sempre passível de se complicar com a formação de neo-vasos os quais poderão dar origem a complicações graves intra-oculares
• Hemorragias do vítreo e descolamentos complicados da Retina.
• Doenças degenerativas da retina periférica - buracos ou rasgaduras da retina que, se não tratados poderão dar origem ao descolamento da retina, sendo o Laser de Argon de uma importância fundamental na prevenção desta situação.
• Doenças da coróideia - tumores, hemangiomas e membranas neo-vasculares.

A Cirurgia Refractíva consiste na correcção cirurgica dos defeitos refractivos (Miopia, Astigmatismo e Hipermetropia) do globo ocular de forma a permitir que as imagens passem a ser focadas na retina. Destina-se àquelas pessoas que não conseguem fazer uma vida normal sem o recurso permanente a óculos ou lentes de contacto. Permite a possibilidade de melhorar a qualidade de vida, através da melhoria da qualidade de visão.

Actualmente existem várias técnicas, todas elas com indicações bem definidas:

• Laser Excimer (LASIK e PRK)
• Implantes de lentes fáquicas
• Extracção do cristalino e implante de lente intra-ocular

Catarata é a opacificação de uma lente natural, existente no interior do globo ocular, chamada cristalino. Esta lente é responsável, nas pessoas jovens, pela capacidade do olho focar imagens ao perto.

A técnica mais actual para a operação de catarata é a facoemulsificação. Na facoemulsificação da catarata, fazem-se duas pequenas incisões (entre 1 e 3 mm), a cápsula anterior do cristalino é aberta e o seu conteúdo opacificado é fragmentado por ultra-sons e aspirado. No final, implanta-se uma lente intra- ocular, composta de material bio-compatível. As lentes intra-oculares premium permitem a correcção do astigmatismo e da presbiopia.

A potência, em dioptrias, da lente intra-ocular a implantar é calculada previamente à cirurgia, através de um exame denominado biometria. O objectivo é a correcção da visão para longe sem recurso a óculos. Na maioria dos casos esta cirurgia é efectuada em regime de ambulatório, ou seja, sem internamento e, o olho operado não leva pontos de sutura, nem necessita de ser tapado com penso.

A recuperação é bastante rápida e, habitualmente, plenamente atingida no prazo de 24 horas.